Professores do ensino privado buscam várias soluções para sobreviver

Professores do ensino privado buscam várias soluções para sobreviver
A maior parte dos professores, enquadrados no ensino privado no país, afectados pelo espectro do desemprego, por força da paralisação das aulas, devido à pandemia da Covid-19, optou por desenvolver outras actividades, como moto-táxi, pedreira e venda ambulante para sustentar a família.

Serviço de moto-táxi tem sido alternativa para alguns docentes

A afirmação foi avançada, ontem, em Luanda, pelo coordenador da Comissão Instaladora da Associação Nacional dos Professores do Ensino Privado (ANPEP), Carlos Conceição, em declarações ao Jornal de Angola.

“Infelizmente, estas actividades não dignificam o papel do professor na sociedade. Por isso, apelamos às autoridades competentes no sentido de encontrarem uma solução, para reverter esta situação até ao retorno normal das aulas em todo o país”, disse o coordenador da Comissão Instaladora da ANPEP.
Carlos da Conceição afirmou que os despedimentos ilegais, que afectaram entre 60 e 70 mil associados, aconteceram particularmente em Luanda, Huambo, Benguela e Huíla e trouxeram outras complicações em muitas famílias, havendo relatos de casos de professores que estão a vender os seus bens para comprar alimentos.

“Os professores que estão sob nosso controlo clamam por socorro, porque não sabem como vão sobreviver, alguns já tentaram o suicídio na tentativa de fugir dos problemas”, salientou Carlos da Conceição, dando ênfase que o índice de violência doméstica aumentou em muitos lares de docentes.
Manuel Júlio, professor, há 15 anos, sente a situação complicada, pelo facto de a esposa que o ajudava nas despesas de casa ter, também, sido despedida. Ela era vigilante de infância numa creche, em Luanda. O docente diz sentir-se arrependido por ter optado pelo professorado como profissão.

Convencido da necessidade de fazer algo como alternativa para sustentar a família, o docente trabalha , agora, como moto-taxista. “Diariamente consigo o necessário para que não falte pão à mesa de casa”, disse Manuel Júlio, tendo acrescentado que agora de nada adianta lamentar, porque ninguém tem culpa pelo que está a acontecer no país e no mundo, devido à Covid-19”, sublinhou.
“Gosto de leccionar. Sinto uma vontade enorme de ver os meus alunos diariamente, não escondo isso. Mas, na verdade, é lamentável e humilhante para quem dedicou parte da sua vida em busca de uma formação e estar atirado à sua própria sorte”, salientou Manuel Júlio.

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