João Lourenço lamenta desconhecimento nos EUA das grandes reformas em curso para transformar Angola (Portal Camba-News)


João Lourenço explicou aos presentes que aquilo que os norte-americanos não sabem como gostaria que soubessem é que existe um "esforço de mudança" muito importante que visa colocar Angola num patamar onde a promoção do sucesso das reformas se torna visível e incontornável para os investidores norte-americanos a quem não escondeu que quer ver focados no potencial angolano como destino dos seus investimentos além-fronteiras.

O Chefe de Estado, que nos próximos dias faz dois anos à frente dos destinos do país, afirmou que quer ver Angola no quadro de honra dos países mais empenhados em promover o bem-estar dos seus povos com recurso às melhores práticas de governação.

E um dos pontos destacados na sua intervenção foi a nova legislação aprovada para o Investimento Privado, que retira a obrigatoriedade de os estrangeiros investirem no país com um parceiro nacional, embora essa possibilidade não esteja vedada, podendo ainda ser opção do investidor externo.

Ao mesmo tempo, deixou claro que a introdução do Imposto de Valor Acrescentado (IVA), na próxima semana, vai permitir ao Estado obter mais receitas com as quais pretende fomentar esse mesmo potencial investidor e ainda o "ambicioso" programa de privatizações que alarga as possibilidades daqueles que olham para o mercado angolano com os alicerces erguidos no futuro.

Sobre o programa de privatizações, João Lourenço lembrou que "tem por base a nova Lei das Privatizações e contou com a ajuda do Banco Mundial", estando cerca de 200 na lista das empresas do Estado ou suas participadas, incluindo a gigante Sonangol.

E isso, sublinhou Lourenço, vai gerar, no conjunto das medidas, "muitas oportunidades" para os investidores externos, que vão das telecomunicações à banca, passando pela transportadora aérea TAAG, à energia e aos têxteis...

E onde quer o Presidente da República ver os investidores norte-americanos a colocarem o seu dinheiro? Em todos os sectores da economia nacional, embora sublinhe, como destacam os jornalistas angolanos que acompanham João Lourenço nesta deslocação aos EUA e as agências de notícias internacionais, a agro-indústria e a agricultura, as pescas e o sector mineiro e indústria transformadora de minérios, como os diamantes, o ouro e o ferro, ou ainda o turismo.

"Estamos a implementar um conjunto de medidas que se inscrevem num plano do executivo sobre o desenvolvimento de Angola, que assenta em alguns eixos fundamentais como o desenvolvimento económico sustentável, a boa governação, a integração regional e internacional, o desenvolvimento das infra-estruturas", apontou João Lourenço para reforçar como pode ser boa ideia investir no seu país perante os exigentes investidores norte-americanos, com quem conta para diversificar a economia angolana e aumentar a produção interna, aumentar as exportações e diminuir as importações para consolidar as contas do Estado, diminuindo o envolvimento do Estado na economia, gerar transparência e combater com eficácia os flagelos da corrupção e do peculato.

Tudo isto são "reformas difíceis, mas necessárias" que, garantiu, estão "diminuir o envolvimento do Estado na economia e a aumentar a transparência" ao mesmo tepo que reduzem os "riscos fiscais" para o sector privado que Lourenço quer ver a liderar o desenvolvimento da economia nacional com base em tudo o que está a ser feito para melhor o ambiente de negócios em Angola.

O Presidente da República não deixou de lembrar o papel que Angola desempenha no continente como garante de paz e segurança, sublinhando os recentes esforços para sentar à mesa os lideres do Ruanda e do Uganda, num histórico encontro em Luanda, que permitiu a assinatura de um Memorado de Entendimento que visa acabar com os problemas antigos entre estes dois fundamentais actores da efervescente sub-região dos Grandes Lagos e vizinhos da turbulenta República Democrática do Congo (RDC).

As recentes actuações no Lesoto, na República Centro-Africana e ainda no culminar do processo eleitoral na RDC foram igualmente sublinhadas.
FONTE

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